Somos mulheres.
Mulheres pobres.
Residimos nos bairros de Salgueiro, Conjunto da Marinha e Palmeiras, bairros vulneráveis de São Gonçalo, e atingidos pelas enchentes que assolaram o município em abril de 2010.
Perdemos todos os bens que tínhamos e também a nossa capacidade produtiva com as enchentes - equipamentos e insumos dos quais dependia a nossa produção e a manutenção das nossas famílias.
Mas somos mulheres guerreiras.
Não abaixamos a cabeça e continuamos lutando.
E acreditamos que as pessoas, quando estão preparadas, sobrevivem melhor aos desastres do que aquelas que não estão preparadas.
Somos empreendedoras.
Participamos e temos disposição de participar de espaços organizados de reflexão e trabalho coletivo em benefício dos nossos bairros, das nossas famílias e da nossa comunidade.
Somos multiplicadoras.
Ensinamos outras mulheres a lutar, a empreender, a ter um ofício, a recomeçar, a crescer, a resistir, a vencer.
Somos mulheres.
Somos guerreiras.
Somos as Mulheres Guerreiras de São Gonçalo
Em 2010, logo após o desastre das enchentes em São Gonçalo, nos reunimos com a CARE Brasil, o Movimento de Mulheres em São Gonçalo, a Articulação de Creches e Pré-Escolas Comunitárias de São Gonçalo (ARTCRECHE) e a Feira da Mulher Empreendedora/ Secretaria de Políticas para Mulheres e, juntos, instituímos um "Comitê de Seleção" para apoiar a recuperação de mulheres pequenas empreendedoras que haviam perdido tudo nas enchentes.
Em janeiro de 2010, este Comitê de Seleção acordou Critérios de Seleção das primeiras mulheres a serem beneficiadas com a reposição dos seus equipamentos e/ou artigos produtivos. Em abril selecionamos as primeiras beneficiadas.
O Comitê de Seleção se tornou também um "Comitê Gestor" e passou a coordenar os trabalhos e a metodologia para o apoio às primeiras mulheres beneficiárias. 150 equipamentos foram repostos, com o apoio de empresas de todo o país. 114 mulheres foram beneficiadas.
A primeira fase do trabalho do Comitê Gestor durou seis meses. Agora, nosso desenvolvimento institucional caminha para a organização das mulheres guerreiras de São Gonçalo - porque sozinhas somos guerreiras mas somos fracas mas juntas somos guerreiras e muito fortes.